terça-feira, 28 de outubro de 2008

Também se ouve xutos em Wroclaw

Para quem não acredita:


Sabe bem ouvir música tuga, assim, só para variar, e matar saudades

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

White?? Just a Sensation

Pois bem, enquanto que por Coimbra está decorrer a Latada, a malta aqui arranjou uma alternativa, e muito bem escolhida.
Para alguns conhecedores da música, o nome Sensation White é uma das grandes festas a nível mundial da música electrónica. No passado sábado, aconteceu aqui em Wroclaw. O conceito da festa possui um "dress code", no qual tens de ir com roupa branca. O pessoal aqui aderiu em força, no qual as fotos decrevem o entusiasmo inerente.
No entanto, dado a situação, o sentido de humor vem sempre ao de cima, e alguns portugueses decidiram criar a Boys Band mais curta da história da música, ou seja, o tempo de tirar esta foto.
No entanto, após a caminhada até ao recinto (era perto da residência), e os protocolos a entrada, entramos no recinto e damos de caras com um cenário simplesmente espectacular.
Era impressionante ver a interactividade do espectáculo, pois eram 20000 pessoas no recinto, todas a cumprir rigorosamente o vestuário branco. O que no principio parecia ser parolo, atinge outros níveis, de divertimento, de euforia. Não há palavras para descrever. Só quem lá estava entende como aquilo foi.Vou ainda adicionar um vídeo, para terem uma pequena noção do que foi aquilo.



Primeira visita fora de Wroclaw. Auschwitz

Pois bem, aproveitando o facto de os meus pais estarem cá, surgiu a oportunidade de finalmente ir visitar aquilo que é qualquer coisa como o maior campo de concentração da história mundial.
Para quem não sabe, este campo está dividido em 3 áreas, estando neste momento apenas 2 com algo pra ver: Auschwitz 1, e Auschwitz-Bikernau (cerca de 10 vezes superior ao primeiro).
O primeiro campo foi criado inicialmente para presos políticos polacos, com capacidade para 10000 pessoas. Após o domínio nazi, estima-se que estiveram qualquer coisa como 16000 pessoas detidas neste pequeno campo. Desde a entrada deparamos com o humor sádico implícito pelos nazis, começando logo pela frase no portão de entrada, que quer dizer "O trabalho liberta"

Ao entrar no primeiro campo, embora com mais coisas para ver, não cativa muito a atenção, até porque os guias fazem questão de chocar as pessoas ao mostrar 70000 sapatos de vitimas dos campos, ou 4000 pares de óculos, mas o que choca mesmo é sem dúvida, o segundo campo.
Campo criado após a entrada da Rússia na guerra, este campo tinha apenas um objectivo, ser uma fábrica de morte em massa. Dado a este ter 4 câmaras de gás com capacidade para 4000 pessoas, por dia podiam matar, pelo menos 16000 pessoas. Infelizmente, estas câmeras de gás foram destruidas pelos nazis antes da retirada, bem como os registos todos que havia sobre os presos. Estimam-se que morreram 1 milhão e meio de pessoas aqui, mas nunca se saberá.
Apenas quem vai lá, levantam-se 3 dúvidas:
- Porque é que os alemães se davam ao trabalho de dar um número às pessoas, se era para matar? Ou seja eles numeravam lixo.
- Porque é que juntaram as pessoas todas num sítio, quando causava muito menos impacto se as matassem cada uma em seu país?
- Como é que um nazi, sabendo que por dia matava pelo menos 16000 pessoas, conseguia manter o descernimento?

Com isto, recomendo a quem puder, que vá visitar, para que não seja esquecido erros da história como este.

Um mês depois, os primeiros aniversários e as primeiras visitas

Pois bem, estamos aqui faz um mês, e como o ritmo de vida aqui é alucinante, parece que estamos aqui há 3 ou 4 meses. Dada uma altura em que as coisas não iam muito animadas para o meu lado. Sem saber porquê, o aproximar da latada fez com que a minha vontade fosse a de querer ir a Coimbra por uns dias matar saudades, mas os custos da viagem e a altura para o fazer não era a mais indicada. Mas em boa hora chegaram as nossas primeiras visitas, os meus pais. Soube muito bem voltar a vê-los, ajudaram-me imenso a ultrapassar este bocado menos bom que atravessei.
Os meus pais foram também conhecidos na residência como os "Salvadores", pois trouxeram de Portugal alguns produtos que aqui parece que são muito raros, quase inexistentes: café de jeito, bacalhau, azeite português e (agora vem a piada) Sal Grosso. É caso para dizer: "METE SAL GROSSO!!!"
De facto, o sentimento de receber aqui alguém e provar que são bem-vindos.

Outros dos motivos que felizmente me tem ajudado e muito, é sem dúvida o ambiente desta residência. Esta semana também houve 3 aniversários aqui, e de facto, deve ser difícil estar deste lado, longe da família e dos amigos, e de quem nos é querido, e festejar um dos dias mais importantes das nossas vidas.
Na Segunda-feira estivemos os aniversários de dois elementos da malta espanhola, a Angela e o Antonio, que nos presentearam com uma sangria espanhola, e nós retribuímos com bolos de aniversário e também com cartaz com fotos da malta da residência.

Depois, Quarta-feira, o primeiro "tuga" a fazer anos, o João (á direita na foto) , que basicamente celebrou a semana toda na companhia do seu grande amigo Morgado (que ainda deve estar a ressacar do concerto de James Blunt). A eles todos, já disse tudo o que tinha para dizer, bem como celebrei com eles sempre de bom agrado.

sábado, 18 de outubro de 2008

"Então e polacas??" Perguntam voçês

Pois bem, após muitas reclamações, deixo aqui uma pequena amostra das famosas polacas.
Palavras para quê? Uma imagem não vale mais que 1000 palavras?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Wroclaw: uma breve descrição


Pois bem meus amigos, este vosso amigo está de volta com novidades. Estamos vivos ainda, e para os mais invejosos, já temos aulas, mas são poucas. Recebi muitas reclamações sobre o meu mail ter sido muito longo e descritivo, mas assim teria de ser pois senão não teria a mesma piada. A primeira semana baseou-se em conhecer a cidade e "la movida" de Wroclaw.
Relativamente à cidade, ela acaba por ser bastante grande, sendo curioso alguns aspectos, como o facto de esta cidade ser atravessada não por um, nem dois, mas sim por CINCO rios, de tal modo que não surpreenda que existam cerca de 132 pontes na cidade toda. No entanto é preciso dizer que é uma cidade com muitos espaços verdes, na qual se pode perfeitamente ir correr um pouco e jogar futebol. A foto que vos mostro hoje é nada mais nada menos do que a Câmara Municipal de Wroclaw, na qual se notam algumas semelhanças com outros monumentos de Praga.
A nível de transportes públicos, estamos muito bem servidos, pois temos a possibilidade de ir ou de autocarro ou de eléctrico (vulgo tram), e para além de serem grátis (sou sincero, não o são, o revisor é que nunca aparece), podemos facilmente deslocarmo-nos para a universidade ou para o centro da cidade.

Pequenos desabafos:
-a questão do custo de vida aqui ser muito mais barato, a realidade é que acontece exactamente o contrário. Devido à adesão na UE, os preços aumentaram drasticamente, sendo os preços muito semelhantes aos de Portugal. Mas recentemente soubemos que esta cidade tem os preços mais elevados da Polónia;
-passado uma semana aqui, encontrei finalmente um café semelhante ao português. Digo semelhante porque é mais parecido com o café do sr. Vítor no DEEC (queimado, como se quer), e custa nada mais nada menos que 5,50 zlotys (qualquer coisa como 1,50€). Custa a pagar, mas às vezes tem mesmo de ser.
-por fim, a questão da língua continua a ser uma complicação, mas o curso de polaco já é uma realidade, e 2 vezes por semana aprendemos que é sem dúvida uma língua horrível para aprender.

Por hoje já chega, estou cansado de tanto escrever

Cumprimentos a todos

Para quem não recebeu o mail


Desde já, quero desde já pedir desculpa a quem não enviei o mail. Não há perdão possível, mas de facto é complicado, visto que grande parte dos endereços usados são os endereços do messenger. No entanto, vou aqui publicar o mail, para que os interessados possam ler.

"Cześć (como se diz aqui em polaco, embora ainda não o consiga dizer),

E finalmente cá estou eu, como prometido, a escrever o mail mais que esperado. Já estou instalado, na residência da Universidade Tecnológica de Wroclaw T-17, de nome IKAR. Eu e o Rocha conseguimos um quarto duplo, que embora pequeno, da perfeitamente para nós os 2 sobrevivermos. O facto de a casa de banho ser partilhada com mais 8 pessoas (todas espanholas), não tem sido um grande problema, muito menos a cozinha, que embora limitada (dois fogões e um lava-loiça, e uma mesa) dá perfeitamente, e temos tidos bons momentos lá, conhecendo o resto da malta deste andar (sobretudo espanhóis, e muitos portugueses também).

Pois bem, vou começar a contar as nossas peripécias desde a partida de portugal:

- como estava previsto, o vôo partiu do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, por volta das 9h15, nesta altura o grupo já era composto por 4 pessoas: eu, o Rocha, o Madureira (o esbelto rapaz do blog, de auscultadores) e o Luís, um colega do Madureira. Eu possuía um farnel para mim e para o Rocha, e o Madureira tinha umas sandes para ele e para o Luís. Pois bem, a partir daí começa a aventura. Ao chegar a Londres, cumprimos o protocolo normal (verificação de BI's e apanhar a mala) e a começar a mentalizar que iriamos ficar qualquer coisa como 7h no aeroporto de Stansted, acontece que o Madureira se lembra que tinha deixado as sandes dele no avião. Por acaso o farnel que eu tinha, constituído por meia bola de carne e umas bolachas, dava para partilhar por todos. Acontece que depois de comer pela primeira vez, nós pousamos o saco onde estava o dito farnel num banco ao nosso lado. Infelizmente, o serviço de limpeza do aeroporto é de uma eficiência impressionante, e mal nós nos lembramos da comida, onde é que ela já ia. Conclusão, faltavam 4h para o vôo, e comida, zero. Como o check-in só começava 2h antes, lá teríamos de aguentar até podermos ir lá dentro.

- durante esse período que faltava, conhecemos um rapaz chamado Bruno (ver foto, o tipo encostado ao carrinho), que podemos dizer, tem sido a personagem do momento. Primeiro, porque descobriu que éramos portugueses por o Madureira chamou a um elemento da Federação Inglesa de Futebol, carinhosamente, de "Banana". A partir daí, este rapaz começou logo a "abrir o livro". A primeira, foi logo a que ia para a mesma residência que nós, mas queria ir para outra, porque a madrinha dele já tinha estado em Wroclaw, e aquilo era "só mangueira" (Nota: só neste piso estão cerca de 12 raparigas para um total de 40 pessoas), e que queria ir para outra que era só gajas. Depois o rapaz denotou saber exactamente onde se vendia erva aqui em Wroclaw. Por fim, e sem dúvida a melhor do dia, o rapaz entendeu mal as instruções da Ryanair, e tinha levado qualquer coisa como 21Kg a mais, pois pensava que podia levar 3 malas de 15Kg. Ao fazer as contas, ou sejas, 12£ por cada Kg em excesso, o Bruno iria pagar 328€ a mais. Tendo em conta que já tinham pago por 7Kg a mais no Porto, iria ser a viagem da vida dele, pelo menos no que toca a despesas. E para ajudar a festa, este tipo fala inglês como nós falamos polaco, o que nos levou a que o Madudeira o fosse auxiliar com a funcionária do check-in. Conclusão: graças ao Madureira, este rapaz pagou apenas 6Kg a mais em Londres.

- depois disso, após queimar a última hora de espera, fomos para o portão que nos daria entrada para o último avião que iríamos usar nos próximos dias. Acontece que de repente, todos os vôos estacam a ser adiados, incluindo o nosso (em cerca de mais 2h de espera). Como estava qualquer coisa como 4h sem fumar, eu e outro português (não pertencente ao nosso grupo, mas que estava no aeroporto fazia 32h (perdeu o avião no dia anterior), e decidi com ele voltarmos ao início do trajecto das partidas, para irmos fumar um cigarro, visto que faltavam 2h, tínhamos todo o tempo do mundo. Após termos percorrido quase o terminal todo (para quem conhece este aeroporto, estava no portão 46) ao chegar à zona de restauração resolvemos perguntar o que se passava para os vôos estavam a ser adiados. Um funcionário explicou que tinha havido um problemas com os satélites, e que não havia radares por toda a Inglaterra (sim, também me pareceu exagerado, mas o facto é que os vôos estavam parados, mas mesmo todos). De repente, o Rocha liga-me, o vôo estava a começar o embarque. Moral, não fumei, mas tive de atravessar o aeroporto quase todo a correr, e tinha perdido o meu cartão de embarque, que por acaso estava num banco ao lado de onde estávamos, e um polaco gentilmente se deu ao trabalho no entanto de o dar ao Rocha, no entanto, já não tinha pulmões para lhe agradecer, mal conseguia falar.

- finalmente, com 1h30 de atraso, estávamos em Wroclaw, mais uma vez o procedimento normal, e tivemos a boleia do tipo que iria buscar o Bruno, neste momento separámo-nos do Madureira e do Luís, que iam para um Hostal, pois estavam numa universidade diferente, e a residência dessa universidade estava lotada. Ao chegar aqui, começa outro problema. Apenas o nome do Rocha estava na lista de chegadas na residência nesse dia. Eu e o Bruno começamos a entrar em parafuso, pois o dia já ia longo, e tínhamos fome (não esquecer, perdemos o farnel, e no aeroporto não havia mac nem nada conhecido, comi uma sandes lá dos ingleses que me caiu muito mal, mas eram 18h lá, eu cheguei era meia-noite de Wroclaw). Felizmente o tipo que nos tinha dado boleia disse que era normal isto, e conseguiu que nos dessem um quarto, tínhamos de partilhar com outra pessoa que estava na mesma situação que nós. No entanto, nem tudo era um mar de rosas para o Rocha. Ele iria ter de partilhar um quarto com uma espanhola (ela pesa no mínimo 90kg, e tinha jacaré, que também estava no mesmo quarto :) ). Lá nos deram uns lençóis e uma almofada, e fomos para os quartos. O tipo que lá tava era também português, chama-se Samuel, e também costuma estar conosco.

(isto foi só no primeiro dia)

Para não vos maçar mais, e porque já estou cansado, vou resumir os próximos dias, pois são muito óbvios:

Sexta:

- alvorada às 9 da matina;
- tratar da papelada para ter a residência (o Rocha tratou de tudo de manhã, eu só consegui às 17h, pois houve atrasos no DRIIC de Wroclaw);
- primeira refeição após a sandes em Londres (e para estranhar, não foi no MacDonalds, mas sim na Pizza Hut);
- primeira caneca de cerveja polaca, de 1l (apenas custou 3€)
- mudanças (este quarto era o Texas, tivemos de por os móveis todos de forma a termos o maior espaço possível);
- jantar, noutra pizzaria, com o Madureira e o Luís, acompanhado de música ambiente Techno;
- excursão a duas discotecas: Metropolis e Daytona. Mais pormenores, eu conto no msn, mas sim, tinha polacas muito boas)

Sábado:
- alvorada às 2 da tarde;
- almoço às 17h com o Bruno e o Samuel, um Kebab na praça Centrar que só tinha Beringela e outro condimentos (estes tipo sabem lá o que é comer)
- compras para a casa;
- ver o o derby lisboeta e o derby de Barcelona (os nossos vizinhos do quarto ao lado, um era adepto do Barça, outro do Espanhol);
- jantar às 23h, sandes de atum com queijo e fiambre;
- convívio na cozinha aqui do andar com o resto da malta;
- excursão para a noite de Wroclaw, não consigo dizer o nome desta discoteca, mas têm Carlsbergs de meio litro, emboras eles não sirvam a cerveja fria, mas sim morna (eu dou em doido com estes tipo);

Domingo;
- alvorada às 2 da tarde;
- ver a fórmula 1 com os espanhóis, embora eu tenha visto da caminha (eu sou o orgulho do Marco Fortes ;) );
- almoçar numa esplanada aqui ao pé (finalmente comemos carne);
- compras quase definitivas para a casa (falta muito pouco para termos tudo);
- ver o derby de milão no quarto, com a malta portuguesa toda;
- jantar na cozinha comum (frango assado, comprado no super, custou perto de 4€)
- convívio no corredor, mas a recolha foi perto da 1 da manhã (amanhã temos a recepção erasmus as 10 da matina);

Mais 3 coisas para dizer:
- infelizmente não vou poder mostrar fotos, pois esqueci-me do carregador da minha máquina fotográfica em Coimbra, e espero ter o problema resolvido em breve, assim que puder, mostrarei fotos aqui da cidade e da noite (para os mais interessados);
- descobri mais uma faceta da minha pessoa, parece que consigo falar espanhol, sem nunca ter aprendido. Algumas pessoas pensam que eu sou espanhol e tudo!! (eu sou uma caixinha de surpresas)
- às vezes é complicado comunicar aqui. Embora os jovens saibam falar inglês, eles são muito brutos a responder, sobretudo quando lhes pedimos ajuda. E falar com as pessoas mais velhas, tá quieto!! Eles só falam mesmo polaco, e só sei 4 ou 5 palavras ainda, mas o que necessito para sobreviver.

Bem, por hoje já chega. Tenho mesmo de me deitar, e a hora ja é avançada por aqui.

Beijinhos e abraços para todos, na promessa de que vou tentar escrever estas peripécias todas num blog para ser menos aborrecido.

Xico"